Immigrazione italiana nel Brasile imperiale

Brazil Imperial

Immigrazione italiana nel Brasile imperiale

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“Il numero sempre crescente di immigrati italiani in Brasile, che raggiunse dimensioni notevoli alla fine del XIX secolo, principalmente a San Paolo e nel Rio Grande do Sul, ebbe il suo periodo embrionale nella città di Rio de Janeiro, allora capitale dell’Impero.

Senza dubbio, il matrimonio di D. Pietro II con Teresa Cristina di Borbone, principessa del Regno delle Due Sicilie, noto anche come Regno di Napoli, fu un evento fondamentale in questo processo di acclimatazione culturale. Il matrimonio, celebrato per procura a Napoli il 30 maggio 1843, si concluse con l’arrivo a Rio de Janeiro della fregata Constituição, poco più di tre mesi dopo la cerimonia ufficiale in Italia, portando con sé l’imperatrice e il suo interesse per la letteratura e la musica italiana, nonché la sua passione per l’archeologia.

La “madre dei brasiliani”, come qui venne chiamata D. Teresa Cristina, rese possibile l’arrivo degli immigrati italiani a partire dal 1845, principalmente medici, ingegneri, insegnanti, farmacisti, infermieri, artisti, artigiani, in breve, tutti i tipi di lavoratori qualificati, molti dei quali si stabilirono a Corte.

È importante comprendere che la terra natale di Teresa Cristina, Napoli, terra dell’antico Regno delle Due Sicilie, è un luogo intriso di cultura erudita, soprattutto nei campi del pensiero, della ricerca e dell’espressione artistica, oltre a essere una delle città europee più all’avanguardia del XVIII secolo.

Nella seconda metà dell’Ottocento Rio de Janeiro divenne una vera e propria colonia di cantanti e musicisti italiani, attratti dalla presenza della Figlia del Re delle Due Sicilie. La cantante lirica Augusta Candiani ha chiamato la sua prima figlia nata in Brasile Teresa Cristina Maria Candiani Figlio, in onore della sua protettrice e madrina, l’imperatrice del Brasile.

Né furono dimenticati gli operai e i contadini, uomini di discreta cultura formale che, insieme ai più abbienti, nel 1847 contavano 329 famiglie e costituivano la prima colonia italiana nell’entroterra della capitale dell’Impero, chiamata Colônia Vallones dos Reados.

José de Alencar, in una cronaca scritta sul Correio Mercantil, datata 7-8 gennaio 1855, confermò una ricca alleanza culturale sviluppatasi nelle terre brasiliane a partire dalla seconda metà del XIX secolo. La lingua, la letteratura e “il nostro teatro italiano”, come lo scrittore brasiliano definì le continue rappresentazioni liriche che avevano luogo al Theatro Lyrico Fluminense e al Theatro Imperial de São Pedro de Alcântara, rappresentarono in questo periodo più che l’espressione di una cultura straniera e immigrata, poiché i diversi tentativi di incorporarla nella realtà e nelle abitudini brasiliane esprimevano lo sforzo di un più complesso progetto di associazione culturale e sociale tra Brasile e Italia.

L’immigrazione italiana in Brasile divenne significativa a partire dagli anni ’70 dell’Ottocento, poco prima che il Regno d’Italia affrontasse le guerre per l’Unità d’Italia. Con la fine di queste guerre, l’economia italiana risultò indebolita, con alti tassi di crescita demografica e di disoccupazione. Gli Stati Uniti (il principale Paese d’accoglienza degli immigrati) iniziarono a creare barriere all’ingresso degli stranieri. Questi fattori portarono, a partire dagli anni ’70 dell’Ottocento, all’inizio dell’immigrazione massiccia di italiani in Brasile.

Nelle fattorie, i coloni ricevevano un pagamento fisso per la coltivazione delle piante di caffè e un pagamento variabile per la quantità di frutta raccolta. Inoltre, potevano produrre cibo per il proprio sostentamento nelle fattorie e vendere il surplus. Il lavoro non era riservato esclusivamente agli uomini: anche i bambini e le donne italiane costituivano una parte significativa dei lavoratori.

A loro volta i contadini cominciarono a vivere nelle città. Inoltre, molti immigrati abbandonarono i campi e diventarono falegnami, fabbri, sarti, fornai, commercianti, tra gli altri mestieri, e l’intero movimento favorì la costruzione di marciapiedi e piazze nelle città e la crescita dell’industria, del commercio e dei servizi.

Poi sono emerse persone che si sono distinte. Esempi degni di nota sono Francesco Matarazzo, ideatore all’inizio del XX secolo del più grande complesso industriale dell’America Latina, che fu uno dei punti di riferimento della modernizzazione del Brasile, e Rodolfo Crespi, che nello stesso periodo realizzò uno dei più grandi gruppi industriali del Brasile.

Fonte: Angelo Trento (1989). Oltre l’Atlantico: un secolo di immigrazione italiana in Brasile

Fonte: L’Iride Italiana: L’italianità nel Brasile dell’Ottocento. Di Gisele Batista da Silva

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A Imigração Italiana no Brasil Império

“O número sempre crescente de imigrantes italianos no Brasil, que atingiu notável dimensão no final do século XIX, principalmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul, teve seu período embrionário na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império.

Indubitavelmente, o casamento de D. Pedro II com Teresa Cristina de Bourbon, princesa do Reino das Duas Sicílias, também conhecido como Reino de Nápoles, foi evento fundamental nesse processo de aclimatação cultural. O matrimônio, ocorrido por procuração em Nápoles no dia 30 de maio de 1843, concretizou-se com a chegada ao Rio de Janeiro da fragata Constituição, pouco mais de três meses depois da cerimônia formal na Itália, trazendo a imperatriz e seu interesse pela literatura e música italianas, além de sua paixão pela arqueologia

A “mãe dos brasileiros”, como ficou aqui conhecida D. Teresa Cristina, possibilitou que a partir de 1845 se facilitasse a vinda de imigrantes italianos, principalmente médicos, engenheiros, professores, farmacêuticos, enfermeiras, artistas, artesãos – enfim, toda sorte de trabalhadores qualificados, entre os quais muitos se fixaram na Corte.

É importante compreender que a terra natal de Teresa Cristina, Nápoles, terra do antigo Reino das Duas Sicilias é um lugar embebido da cultura erudita, sobretudo nos campos do pensamento, da pesquisa e da expressão artística, além de ser uma das cidades europeias mais avançadas no século XVIII.

Na segunda metade do século XIX, o Rio de Janeiro passou a ser uma verdadeira colônia de cantores e músicos italianos, atraídos pela presença da Filha do Rei das Duas Sicilias. A Cantora Lírica Augusta Candiani, batizou sua primeira filha nascida no Brasil de Teresa Cristina Maria Candiani Figlio, em homenagem a sua mecenas e madrinha, a Imperatriz do Brasil.

Também não foram esquecidos os trabalhadores braçais e agricultores, homens de discreta cultura formal que, somados aos mais abastados, totalizavam 329 famílias no ano de 1847 e constituíam a primeira colônia italiana no interior da capital do Império, denominada Colônia Vallones dos Reados.

José de Alencar, em crônica escrita no Correio Mercantil, datada de 7-8 de janeiro de 1855, confirmava uma rica aliança cultural desenvolvida em terras brasileiras a partir da segunda metade do século XIX. A língua, a literatura e o “nosso teatro italiano”, como assim se referia o escritor brasileiro às contínuas encenações líricas que aconteciam no Theatro Lyrico Fluminense e no Imperial Theatro de São Pedro de Alcântara, representaram nesse período mais do que a expressão de uma cultura estrangeira e de imigrantes, uma vez que as diferentes tentativas de incorporá-la à realidade e aos hábitos brasileiros expressaram o esforço de um projeto mais complexo de associação cultural e social entre Brasil e Itália.

A imigração italiana para o Brasil tornou-se significativa a partir da década de 1870, pouco antes, o Reino de Itália havia passado pelas guerras pela Unificação Italiana. Com o fim destas guerras, a economia italiana se encontrava debilitada, com altas taxas de crescimento demográfico e de desemprego. Os Estados Unidos (maior receptor de imigrantes) passaram a criar barreiras para a entrada de estrangeiros. Tais fatores levaram, a partir da década de 1870, ao início da maciça imigração de italianos para o Brasil.

Nas Fazendas os colonos recebiam um pagamento fixo pelo cultivo dos pés de café e um pagamento variável pela quantidade de frutos colhidos. Além disso, podiam produzir alimentos para sustento próprio nas fazendas e vender o excedente. O trabalho não era exclusivo dos homens: crianças e mulheres italianas formavam parte significativa dos trabalhadores.

Os fazendeiros, por sua vez, passaram a morar nas cidades. Além disso, muitos imigrantes deixaram as lavouras e se tornaram marceneiros, ferreiros, alfaiates, padeiros, comerciantes, entre outros ofícios, e todo este movimento favoreceu a construção de calçadas e praças nas cidades e o crescimento de indústria, comércio e serviços.

Surgiram então pessoas que se destacaram. Exemplos notáveis foram Francesco Matarazzo, criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX, tendo sido um dos marcos da modernização no Brasil e Rodolfo Crespi, que construiu um dos maiores grupos industriais do Brasil na mesma época. Fonte: Angelo Trento (1989). Do outro lado do Atlântico: um século de imigração italiana no Brasil

 Fonte: L’Iride Italiana: italianidade no Brasil oitocentista. Por Gisele Batista da Silva

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